O héroi, o primeiro e único Ash (Bruce Campbell)
No primeiro filme, um grupo de amigos vai a uma cabana isolada na floresta. Lá eles ouvem uma fita em que um arqueólogo recita passagens do Livro dos Mortos. A evocação traz da floresta as forças do mal e a noite se transforma numa luta sanguinária pela sobrevivência.
O livro dos Mortos, o infernalmente famoso Necronomicon Ex-Mortis
Os cinco minutos iniciais de Uma Noite Alucinante (Evil Dead II – Dead by dawn, 1987) resumem perfeitamente o primeiro filme, de tal forma que nem é preciso assisti-lo para entender essa continuação. Ash (o protagonista da história) e sua namorada, Linda, são atacados por espíritos que eles invocam quando tocam uma fita de audio gravada por um arqueólogo (na qual ele lê vários trechos do Livro dos Mortos). Como é de costume com todas as gravações arqueológicas, ela invoca forças demoníacas sedentas por destruição.
O herói, numa 'discusão amistosa' com sua namorada possuída,
ou melhor, com a cabeça possuída de sua namorada...
Numa cena clássica, a namorada de Ash é possuída e ele é forçado a decapitá-la e enterrá-la na floresta. O mais bacana é que ela ressurge (podre como se estivesse morta há décadas) e logo se reúne com sua estimada cabeça. Ash, que é um namorado carinhoso, prende a cabeça dela numa prensa e a estraçalha com uma serra elétrica, numa sequência de pura poesia em movimento.
Linda, logo após recuperar sua cabeça...
Nesse filme ainda há outras cenas memoráveis, como a mão possuída que se revolta contra seu dono, a “dança” de Linda e quando todos os objetos da sala ficam rindo de Ash. Quem está acostumado com os efeitos especiais de hoje poderá estranhar os do filme e achar tudo muito mal feito. E o pior é que eles são mal-feitos! Mesmo para o padrão da época em que os filmes foram lançados. Entretanto, o efeito é reverso pois as situações tornam-se mais engraçadas e o resultado é único no gênero, muito melhor, por exemplo, do que os recentes filmes de tortura, tipo Jogos Mortais e O Albergue.
O herói, após ser possuído e um pouco antes de perder a mão
O terceiro filme, Noite Alucinante III - O Exército das Trevas (Army of Darkness, 1993), comeca com Ash contando a sua inacreditável história (Noite Aluncinante II). Ele é enviado para a Idade Média, onde é capturado e levado como prisioneiro por um rei. Ash e um outro prisioneiro são jogados num poço cheio de demônios. O primeiro prisioneiro dura poucos segundos antes que seu sangue seja espirrado por todo lugar. Ash é o próximo, mas ele acaba com o demônio e sai do poço. Esse ato heróico dá a Ash algum respeito, daí ele sai em busca do Livro dos Mortos, a única forma de voltar para casa.
Ash, homem, matador de demônios, mito.
Ele o encontra, e para poder retornar à nossa época e afastar de vez a ameaça do Exército da Escuridão precisa recitar uma frase mágica ("clatu, verata, nictu", por coincidência o título desse blog, saiba mais clicando aqui). Em sua infinita ignorância, Ash recita as palavras erradas e invoca o tal Exército da Escuridão, e isso é só o início da diversão.
Capa do dvd do terceiro filme (que, infelizmente,
ainda não foi lançado nesse formato aqui no Brasil)
Os três filmes são imperdíveis e o diretor Sam Raimi, levou muita coisa da série Noite Alucinante para os dois filmes do Homem Aranha (como por exemplo, os movimentos alucinados de câmera junto ao herói). Recentemente, vários sites espalharam uma notícia sobre um quarto filme da série estar em produção, mas até o momento nada foi confirmado. Espero ter contribuído para a elevação cultural da sociedade com esta mini-resenha. Uma dica para o final de semana é procurar por qualquer um desses filmes na locadora mais próxima de sua casa, juntar uma galera bem medrosa, encher um baldão de pipoca e assistir.
É satisfação garantida ou o arrependimento de volta.