domingo, 7 de maio de 2006

Waking life

Cenas do filme Waking life
Você alguma vez já se questionou se a realidade tal qual a conhecemos é real mesmo? Se aquilo que concebemos como real é o que percebemos com nossos sentidos (visão, olfato, sons, etc) e não com nossa razão, então como podemos ter certeza de que o que percebemos é verdadeiro? Como saber se nossos sentidos não nos enganam? E mais ainda, há pessoas que dizem sonhar muito e outras que reclamam por não sonhar nada. Quer lembrem-se ou não dos sonhos que tiveram, já foi provado que todos os seres humanos sonham, e é aqui que está o ponto a que quero chegar: para o cérebro não faz diferença se é sonho ou realidade (o que explica por que nossas recordações das experiências que registramos dormindo são tão vivas). Mas se o que entendemos como realidade por sua vez for apenas uma convenção de nosso cérebro, então como diferenciar daquilo que é apreendido por nossos sentidos?

Assisti um filme hoje (o título é o mesmo desse texto) que me fez mais uma vez questionar a veracidade daquilo que considero realidade. Na trama, após não conseguir acordar de um sonho, um rapaz passa a encontrar pessoas da vida real em seu mundo imaginário. Uma das questões levantadas pelo filme é: estamos feito sonâmbulos quando estamos acordados ou será que estamos conscientes enquanto sonhamos? Quando paro para pensar a respeito, desconfio, por exemplo, que talvez os loucos sejam os únicos que, por terem perdido essa noção da linha tênue que separa a realidade da ilusão (ou não-realidade), descobriram a falha na matrix e enxergam as coisas como elas realmente são. Na falta de explicação melhor, fico com as palavras do mestre Poe: “O que vejo, o que sou e suponho será apenas um sonho num sonho?”.

Um comentário:

Anônimo disse...

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