domingo, 27 de novembro de 2005

Guido Cavalcanti

Per gli occhi fere um spirito sottile
Guido Cavalcanti

Per gli occhi fere un spirito sottile
Che fa in la mente spirito destare,
Dal qual si muove spirito d’amare,
Che’ogn’altro spiritello fa gentile.

Sentir non può di lui spirito vile,
Di contanta virtú spirito appare.
Questo é lo spiritel, che fa tremare
Lo spiritel che fa la donna umile.

E poi da questo spirito move
Um altro spirito soave,
Che segue um spiritello di mercede.

Lo quale spiritel spiriti piove,
Che di ciacuno spirit’ há la chiave,
Per forza d’uno spirito, Che ‘l vede.


Pelo olhar fere o espírito sutil
Augusto de Campos

Pelo olhar fere o espírito sutil
Que faz na mente o espírito acordar,
Do qual se move o espírito de amar
Que faz todo outro espírito servil.

Não o descobrirá espírito vil,
Tal é o dom deste espírito sem par,
Espírito que faz tremer o ar
Do espírito que faz dama gentil.

E deste mesmo espírito se move
Um outro doce espírito suave,
Que um espírito segue de mercê.

O qual espírito espíritos chove
E dos espíritos conhece a chave,
Por força de um espírito, que vê.

Chi è questa che vien, ch’ogni uom la mira
Guido Cavalcanti

Chi è questa che vien, ch’ogni uom la mira,
Che fa di clarità l’aer tremare,
E mena seco Amor, sì che parlare
Null’ uom ne puote, ma ciascun sospira?

Ahí, Dio, che sombra quando li occhi gira?
Dicalo Amor, ch’io nol saprei contare:
Contanto d’umità donna mi pare,
Che ciascun’altra in ver’di lei chiam’ira.

Non si potria contar la sua piacenza,
Che’a lei s’inchina ogni gentil virtute,
E la beltate per sua Dea la mostra.

Non fu si alta già la mente mostra,
E no si è posta in noi tanta salute,
Che propriamente n’abbiam conoscenza.

Quem é esta a que toda gente admira
Augusto de Campos

Quem é esta a que toda gente admira,
Que faz de claridade o ar tremular,
Com tanto amor, e deixa sem falar,
E cada um por ela só suspira?

Ah, Deus, como ela é, quando nos mira?
Que diga Amor, eu não o sei contar.
De tal modéstia é feito o seu olhar,
Que às outras todas faz que eu chame de ira.

Nem sei dizer do seu merecimento.
Toda virtude a ela está rendida,
Beleza a tem por Deusa e assim a exalta.

A nossa mente nunca foi tão alta,
Nem há ninguém que tenha tanta vida
Para alcançar um tal conhecimento.

Nenhum comentário:

À espera dos bárbaros

Constantino Kaváfis (1863-1933)  O que esperamos na ágora reunidos?  É que os bárbaros chegam hoje.  Por que tanta apatia no senado?  Os s...