José havia passado o dia inteiro bebendo. À noite, ainda no bar, o garçom lhe disse:
- Aí José, já vamos fechar. VÁ EMBORA!!!!!
- Estou indo... - disse José.
José se levanta e cai no chão, então ele pensa: "Vou me arrastando pra fora". Ao chegar na porta, tenta se levantar e cai novamente. Então ele pensa: "Vou me arrastando pra casa". Ao chegar em casa, perto de sua cama, tenta se levantar e cai mais uma vez, mas já em sua cama. No outro dia sua mulher briga com ele:
- José, seu pé-inchado!!! Voltou bêbado novamente!!!!
- Como você sabe mulher??? Você já estava dormindo quando cheguei em casa!!!! - disse José.
- É que o dono do bar ligou hoje cedo para avisar que você esqueceu sua cadeira-de-rodas lá outra vez!
"Arriscar-se é perder o equilíbrio por uns tempos, mas não se arriscar é perder-se a si mesmo para sempre." - Søren Aabye Kierkegaard
sexta-feira, 22 de abril de 2005
Sou do tamanho do que vejo!
«Sou do tamanho do que vejo!» Cada vez que penso esta frase com toda a atenção dos meus nervos, ela me parece mais destinada a reconstruir consteladamente o universo. «Sou do tamanho do que vejo!» Que grande posse mental vai desde o poço das emoções profundas até às altas estrelas que se reflectem nele, e, assim, em certo modo, ali' estão.
E já agora, consciente de saber ver, olhou vasta metafísica objectiva dos céus todos com uma segurança que me dá vontade de morrer cantando. «Sou do tamanho do que vejo!» E o vago luar, inteiramente meu, começa a estragar de vago o azul meio-negro - do horizonte.
Tenho vontade de erguer os braços e gritar coisas de uma selvajaria ignorada, de dizer palavras aos mistérios altos, de afirmar uma nova personalidade larga aos grandes espaços da matéria vazia.
Mas recolho-me e abrando. «Sou do tamanho do que vejo!» E a frase fica-me sendo a-alma inteira, encosto' a ela todas as emoções que sinto, e sobre mim, por dentro, como sobre a cidade por fora, cai a paz indecifrável do luar duro que começa largo com o anoitecer.
------------
Trecho extraído de: PESSOA, Fernando. Livro do desassossego, composto por Bernardo Soares, São Paulo, Cia das Letras, 2003.
E já agora, consciente de saber ver, olhou vasta metafísica objectiva dos céus todos com uma segurança que me dá vontade de morrer cantando. «Sou do tamanho do que vejo!» E o vago luar, inteiramente meu, começa a estragar de vago o azul meio-negro - do horizonte.
Tenho vontade de erguer os braços e gritar coisas de uma selvajaria ignorada, de dizer palavras aos mistérios altos, de afirmar uma nova personalidade larga aos grandes espaços da matéria vazia.
Mas recolho-me e abrando. «Sou do tamanho do que vejo!» E a frase fica-me sendo a-alma inteira, encosto' a ela todas as emoções que sinto, e sobre mim, por dentro, como sobre a cidade por fora, cai a paz indecifrável do luar duro que começa largo com o anoitecer.
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Trecho extraído de: PESSOA, Fernando. Livro do desassossego, composto por Bernardo Soares, São Paulo, Cia das Letras, 2003.
sábado, 16 de abril de 2005
Maneira de amar
Carlos Drummond de Andrade
O jardineiro conversava com as flores, e elas se habituaram ao diálogo. Passava manhãs contando coisas a uma cravina ou escutando o que lhe confiava um gerânio. O girassol não ia muito com sua cara, ou porque não fosse homem bonito, ou porque os girassóis são orgulhosos de natureza. Em vão o jardineiro tentava captar-lhe as graças, pois o girassol chegava a voltar-se contra a luz para não ver o rosto que lhe sorria. Era uma situação bastante embaraçosa, que as outras flores não comentavam. Nunca, entretanto, o jardineiro deixou de regar o pé de girassol e de renovar-lhe a terra, na ocasião devida.
O dono do jardim achou que seu empregado perdia muito tempo parado diante dos canteiros, aparentemente não fazendo coisa alguma. E mandou-o embora, depois de assinar a carteira de trabalho. Depois que o jardineiro saiu, as flores ficaram tristes e censuravam-se porque não tinham induzido o girassol a mudar de atitude. A mais triste de todas era o girassol, que não se conformava com a ausência do homem. “Você o tratava mal, agora está arrependido.” “Não”, respondeu, “estou triste porque agora não posso tratá-lo mal. É a minha maneira de amar, ele sabia disso, e gostava.”
Texto extraído de: ANDRADE, Carlos Drummond de. A cor de cada um. Rio de Janeiro, Ed. Record, 1998
O jardineiro conversava com as flores, e elas se habituaram ao diálogo. Passava manhãs contando coisas a uma cravina ou escutando o que lhe confiava um gerânio. O girassol não ia muito com sua cara, ou porque não fosse homem bonito, ou porque os girassóis são orgulhosos de natureza. Em vão o jardineiro tentava captar-lhe as graças, pois o girassol chegava a voltar-se contra a luz para não ver o rosto que lhe sorria. Era uma situação bastante embaraçosa, que as outras flores não comentavam. Nunca, entretanto, o jardineiro deixou de regar o pé de girassol e de renovar-lhe a terra, na ocasião devida.
O dono do jardim achou que seu empregado perdia muito tempo parado diante dos canteiros, aparentemente não fazendo coisa alguma. E mandou-o embora, depois de assinar a carteira de trabalho. Depois que o jardineiro saiu, as flores ficaram tristes e censuravam-se porque não tinham induzido o girassol a mudar de atitude. A mais triste de todas era o girassol, que não se conformava com a ausência do homem. “Você o tratava mal, agora está arrependido.” “Não”, respondeu, “estou triste porque agora não posso tratá-lo mal. É a minha maneira de amar, ele sabia disso, e gostava.”
Texto extraído de: ANDRADE, Carlos Drummond de. A cor de cada um. Rio de Janeiro, Ed. Record, 1998
sexta-feira, 8 de abril de 2005
sexta-feira, 1 de abril de 2005
O problema da adequação lingüística
Depois dos problemas ocorridos na Ásia, o Governo Brasileiro resolveu instalar um sismógrafo (medidor de abalos), para cobrir todo o país. O Centro Sísmico Nacional enviou às autoridades da cidade de Icó, no Ceará, uma mensagem que dizia:
"Possível movimento sísmico na zona. Muito perigoso, superior Richter 5. Epicentro a 3 km da cidade. Tomem medidas. Informem resultados com urgência".
Após uma semana, foi recebido no Centro Sísmico Nacional um telegrama que dizia:
"Aqui é da Polícia de Icó. Movimento sísmico totalmente desarticulado. O tal Ritchter tentou se evadir, mas foi abatido a tiros. Desativamos a zona. As putas tão todas presas. Não encontramos nenhum Epicentro; mas Epifânio, Epitácio, Epaminondas e outros três cabras suspeitos já tão detidos, aguardando as ordens. Achamos também um tal de Epílogo, mas foi no finzinho de um livro, prendemos o dono do livro. Não respondemos antes porque houve um terremoto da peste aqui, num ficô nada em pé".
Assinado: Delegado de polícia.
"Possível movimento sísmico na zona. Muito perigoso, superior Richter 5. Epicentro a 3 km da cidade. Tomem medidas. Informem resultados com urgência".
Após uma semana, foi recebido no Centro Sísmico Nacional um telegrama que dizia:
"Aqui é da Polícia de Icó. Movimento sísmico totalmente desarticulado. O tal Ritchter tentou se evadir, mas foi abatido a tiros. Desativamos a zona. As putas tão todas presas. Não encontramos nenhum Epicentro; mas Epifânio, Epitácio, Epaminondas e outros três cabras suspeitos já tão detidos, aguardando as ordens. Achamos também um tal de Epílogo, mas foi no finzinho de um livro, prendemos o dono do livro. Não respondemos antes porque houve um terremoto da peste aqui, num ficô nada em pé".
Assinado: Delegado de polícia.
Annabel Lee
Annabel Lee
Edgar Allan Poe
Foi há muitos e muitos anos já,
Num reino de ao pé do mar.
Como sabeis todos, vivia lá
Aquela que eu soube amar;
E vivia sem outro pensamento
Que amar-me e eu a adorar.
Eu era criança e ela era criança,
Neste reino ao pé do mar;
Mas o nosso amor era mais que amor --
O meu e o dela a amar;
Um amor que os anjos do céu vieram
a ambos nós invejar.
E foi esta a razão por que, há muitos anos,
Neste reino ao pé do mar,
Um vento saiu duma nuvem, gelando
A linda que eu soube amar;
E o seu parente fidalgo veio
De longe a me a tirar,
Para a fechar num sepulcro
Neste reino ao pé do mar.
E os anjos, menos felizes no céu,
Ainda a nos invejar...
Sim, foi essa a razão (como sabem todos,
Neste reino ao pé do mar)
Que o vento saiu da nuvem de noite
Gelando e matando a que eu soube amar.
Mas o nosso amor era mais que o amor
De muitos mais velhos a amar,
De muitos de mais meditar,
E nem os anjos do céu lá em cima,
Nem demônios debaixo do mar
Poderão separar a minha alma da alma
Da linda que eu soube amar.
Porque os luares tristonhos só me trazem sonhos
Da linda que eu soube amar;
E as estrelas nos ares só me lembram olhares
Da linda que eu soube amar;
E assim 'stou deitado toda a noite ao lado
Do meu anjo, meu anjo, meu sonho e meu fado,
No sepulcro ao pé do mar,
Ao pé do murmúrio do mar.
------
Tradução: Fernando Pessoa
Edgar Allan Poe
Foi há muitos e muitos anos já,
Num reino de ao pé do mar.
Como sabeis todos, vivia lá
Aquela que eu soube amar;
E vivia sem outro pensamento
Que amar-me e eu a adorar.
Eu era criança e ela era criança,
Neste reino ao pé do mar;
Mas o nosso amor era mais que amor --
O meu e o dela a amar;
Um amor que os anjos do céu vieram
a ambos nós invejar.
E foi esta a razão por que, há muitos anos,
Neste reino ao pé do mar,
Um vento saiu duma nuvem, gelando
A linda que eu soube amar;
E o seu parente fidalgo veio
De longe a me a tirar,
Para a fechar num sepulcro
Neste reino ao pé do mar.
E os anjos, menos felizes no céu,
Ainda a nos invejar...
Sim, foi essa a razão (como sabem todos,
Neste reino ao pé do mar)
Que o vento saiu da nuvem de noite
Gelando e matando a que eu soube amar.
Mas o nosso amor era mais que o amor
De muitos mais velhos a amar,
De muitos de mais meditar,
E nem os anjos do céu lá em cima,
Nem demônios debaixo do mar
Poderão separar a minha alma da alma
Da linda que eu soube amar.
Porque os luares tristonhos só me trazem sonhos
Da linda que eu soube amar;
E as estrelas nos ares só me lembram olhares
Da linda que eu soube amar;
E assim 'stou deitado toda a noite ao lado
Do meu anjo, meu anjo, meu sonho e meu fado,
No sepulcro ao pé do mar,
Ao pé do murmúrio do mar.
------
Tradução: Fernando Pessoa
domingo, 6 de fevereiro de 2005
A arte de mentir
A Arte de Mentir
Mentir é uma atividade inerente ao ser humano. Aquele sorriso amarelo que esboçamos diante de conhecidos ou o artificial "Tudo bem..." que respondemos automaticamente quando nos perguntam como estamos, tudo isso é a constatação prática de que a mentira está tão intrinsecamente enraizada em nossa personalidade que a gente mente que nem sente...
O problema é que alguns seres saem do convencional e desenvolvem melhor essa habilidade - tornam-se peritos na Arte de Mentir. Veja bem, pra quê estudar, por cinco anos, apenas para obter o nível superior de escolaridade, se pode-se conseguir o mesmo diploma no mercado-negro? Por que suar a camisa durante anos de sacrifício para construir uma reputação, se é possível criá-la ou destruí-la da noite para o dia, bastando pra isso ser convincente em sua mentira.
Pra piorar ainda mais, há muitos invejosos no mundo. E eles vivem unicamente para destruir a imagem dos outros, ou para desmentir a imagem criada pelos outros. De forma que, quanto mais tempo se leva para criar uma reputação, mais chances e oportunidades surgem para que alguém crie um boato que jogue todo o seu trabalho latrina abaixo! Ah, a verdade é tão frágil!
Sacou o poder da mentira? O lance é mais ou menos assim: se reputação e respeito são conquistados com o passar dos anos, às custas de muito sacrifício, onde cada tijolo da fundação custa uma gota de sangue, então, tudo o que você precisa é sair por aí com uma caminhonete roubando o tijolo dos outros. Em pouco tempo você será O Cara, El Capitán, e estará construindo seu palácio de inverdades verídicas.
Moral da história: esqueça princípios, valores e orgulho, porque todos eles são álibis para que você não queira ser você. Não há mais espaço para esses ideais no século 21 - reivindique suas conquistas! Só não esqueça que quanto mais você mentir, mais coisas terá para lembrar...
Até mais,
Marcos Lima
Mentir é uma atividade inerente ao ser humano. Aquele sorriso amarelo que esboçamos diante de conhecidos ou o artificial "Tudo bem..." que respondemos automaticamente quando nos perguntam como estamos, tudo isso é a constatação prática de que a mentira está tão intrinsecamente enraizada em nossa personalidade que a gente mente que nem sente...
O problema é que alguns seres saem do convencional e desenvolvem melhor essa habilidade - tornam-se peritos na Arte de Mentir. Veja bem, pra quê estudar, por cinco anos, apenas para obter o nível superior de escolaridade, se pode-se conseguir o mesmo diploma no mercado-negro? Por que suar a camisa durante anos de sacrifício para construir uma reputação, se é possível criá-la ou destruí-la da noite para o dia, bastando pra isso ser convincente em sua mentira.
Pra piorar ainda mais, há muitos invejosos no mundo. E eles vivem unicamente para destruir a imagem dos outros, ou para desmentir a imagem criada pelos outros. De forma que, quanto mais tempo se leva para criar uma reputação, mais chances e oportunidades surgem para que alguém crie um boato que jogue todo o seu trabalho latrina abaixo! Ah, a verdade é tão frágil!
Sacou o poder da mentira? O lance é mais ou menos assim: se reputação e respeito são conquistados com o passar dos anos, às custas de muito sacrifício, onde cada tijolo da fundação custa uma gota de sangue, então, tudo o que você precisa é sair por aí com uma caminhonete roubando o tijolo dos outros. Em pouco tempo você será O Cara, El Capitán, e estará construindo seu palácio de inverdades verídicas.
Moral da história: esqueça princípios, valores e orgulho, porque todos eles são álibis para que você não queira ser você. Não há mais espaço para esses ideais no século 21 - reivindique suas conquistas! Só não esqueça que quanto mais você mentir, mais coisas terá para lembrar...
Até mais,
Marcos Lima
sexta-feira, 31 de dezembro de 2004
Aviso relevante
Se você está lendo este aviso, então isto é para você. Cada palavra dessa mensagem inútil que você está lendo corresponde a um segundo de sua vida que foi desperdiçado.
Você não tem nada melhor para fazer? Sua vida é tão vazia que você não consegue pensar em melhores formas para passar estes momentos? Ou você é tão impressionável com autoridade que precisa respeitar e credenciar todos que alegam tê-la? Você lê tudo o que esperam que leia? Você pensa tudo o que devia pensar? Compra tudo o que dizem que você precisa?
Saia da sua casa ou do seu apartamento. Não se transforme num escravo da TV ou da Internet. Encontre um membro do sexo oposto. Pare de comprar o que não precisa. Não aceite soluções prontas. Abandone seu emprego. Comece uma briga. Prove que você está vivo.
Se você não reivindicar sua humanidade, em breve, não passará de uma mera estatística. Faça o que lhe der na telha. Só não vale reclamar, pois, afinal, você foi avisado...
Você não tem nada melhor para fazer? Sua vida é tão vazia que você não consegue pensar em melhores formas para passar estes momentos? Ou você é tão impressionável com autoridade que precisa respeitar e credenciar todos que alegam tê-la? Você lê tudo o que esperam que leia? Você pensa tudo o que devia pensar? Compra tudo o que dizem que você precisa?
Saia da sua casa ou do seu apartamento. Não se transforme num escravo da TV ou da Internet. Encontre um membro do sexo oposto. Pare de comprar o que não precisa. Não aceite soluções prontas. Abandone seu emprego. Comece uma briga. Prove que você está vivo.
Se você não reivindicar sua humanidade, em breve, não passará de uma mera estatística. Faça o que lhe der na telha. Só não vale reclamar, pois, afinal, você foi avisado...
segunda-feira, 13 de dezembro de 2004
Estudos Microbiológicos: Universo Punk
Você está cansado que lhe enfiem goela abaixo (e sem direito a copo d’água para acompanhar) os supersucessos superproduzidos pelas rádios FM e toda a purpurina pseudolegal que aparece na MTV? Está a fim de expressar ao mundo a insatisfação de sua alma, torturada e presa num mundo que não criou? (O que nos leva a pergunta: quem está preso num mundo que criou?). Quer se envolver com questões sérias, mas não tem paciência (nem coragem) para levantar bandeira alguma? A resposta para você está no movimento Punk...
Politicamente falando, o punk é o roqueiro PCO. Mais revolucionário que o PT e o PSTU, muito mais bizarro que o PRONA, e assim como todos esses, incapaz de promover qualquer tipo de mudança. Até porque o punk é o partido anárquico, e a anarquia pressupõe a ausência total de organização, uma vez que para ela (e para todo punk) o caos é a ordem natural do universo. Ao mesmo tempo em que é contra tudo, o punk não é a favor de coisa alguma.
Punk é o metaleiro que chegou ao extremo do radicalismo. A principal diferença entre um punk e um metaleiro, é que o punk não despreza, ele odeia. Odeia o sistema econômico, a sociedade, os pagodeiros e, principalmente, o fato de ter nascido num mundo que não criou. (O que nos remete à pergunta: quem nasceu num mundo que criou?). O punk não está nem aí para si mesmo, muito menos para “o outro”. A característica psicológica que melhor define o punk é a autodesvalorização do ego (assim como, do tu, do ele, do nós, do vós e do eles). O punk é por natureza um revoltado.
É muito fácil identificar um punk: é aquele sujeito que só ouve o que você não gosta, ou pelo menos, que faz questão de dizer que não gosta do que você gosta. O movimento punk é como uma sociedade secreta, que despreza (ou melhor, odeia) os ouvidos do populacho por serem tão medíocres e tão facilmente manipuláveis pela mídia. Essas almas pobres de espírito que não conseguem captar a beleza da fúria destruidora das músicas desconhecidas que os punks tanto idolatram...
O vestuário de um punk é composto, basicamente, de camiseta preta (ou branca desde que esteja com o nome de sua banda preferida escrito com sangue), tênis (de preferência Allstar, bem velho, rasgado e desgastado pelo uso contínuo e diário, e que nunca tenha sido lavado, pois só assim poderá expressar toda revolta contra a repressão onipresente da sociedade que impõe o padrão homogeneizante da limpeza) e calca jeans com, pelo menos, cinco anos de uso contínuo e diário (e que também nunca tenha sido lavada, justamente, para poder expressar toda a revolta contra a repressão onipresente da mesma sociedade que impõe o padrão homogeneizante da limpeza). O verdadeiro punk jamais lava o cabelo (isso quando o punk tem cabelo) ou toma banho, pois além de ser uma convenção social hipócrita que despreza, quando a água entra em contato com seu corpo, provoca uma reação alérgica que faz com que o punk fique limpo, e, por conseqüência, deixe de ser punk.
Para começar uma discussão animada com um punk, diga a palavra mágica: RAMONES. Funciona como abracadabra! Eles existem desde 1976, e mesmo que, tenham sido vítimas da perseguição da CIA e do FBI (que já silenciaram três dos quatro integrantes: Joey Ramone – assassinado por câncer; Dee Dee Ramone – envenenado por overdose e Johnny Ramone – assassinado por câncer na próstata), continuam, juntamente com os Sex Pistols (cujo lendário baixista, Sid Vicious, também foi assassinado devido a uma ação do M16), sendo os maiores representantes da estética musical punk. Todo punk os ama, embora nem sempre tenha coragem para admitir. Outros nomes incluem The Clash, Aborto Elétrico (que deu origem ao Legião Urbana), Inocentes, Garotos Podres e Devotos do Ódio. Jamais, mencione o nome do maior traidor do movimento: Ratos de Porão. Os punks jamais conseguiram perdoar o fato do vocalista João Gordo ter se vendido ao Trash Metal. Como regra, dinheiro é a antítese do punk, mesmo que seja a única forma de sustentá-lo.
Isso conclui a apresentação do fenômeno anti-social conhecido como punk. Da próxima vez que você encontrar um punk na rua, antes de encará-lo com desprezo ou virar o rosto para o outro lado (e talvez, esse seja um ato reflexo, provavelmente ocasionado pelo cheiro característico que insiste em acompanhar os punks), lembre-se: o punk é o paradigma de uma alma perdida e torturada, tão atormentada como uma vaca alérgica a lactose e, ainda por cima, confinada a viver num mundo que não criou (o que misteriosamente nos transporta para a pergunta: quem está confinado a viver num mundo que criou?).
Até a próxima!
Marcos
Politicamente falando, o punk é o roqueiro PCO. Mais revolucionário que o PT e o PSTU, muito mais bizarro que o PRONA, e assim como todos esses, incapaz de promover qualquer tipo de mudança. Até porque o punk é o partido anárquico, e a anarquia pressupõe a ausência total de organização, uma vez que para ela (e para todo punk) o caos é a ordem natural do universo. Ao mesmo tempo em que é contra tudo, o punk não é a favor de coisa alguma.
Punk é o metaleiro que chegou ao extremo do radicalismo. A principal diferença entre um punk e um metaleiro, é que o punk não despreza, ele odeia. Odeia o sistema econômico, a sociedade, os pagodeiros e, principalmente, o fato de ter nascido num mundo que não criou. (O que nos remete à pergunta: quem nasceu num mundo que criou?). O punk não está nem aí para si mesmo, muito menos para “o outro”. A característica psicológica que melhor define o punk é a autodesvalorização do ego (assim como, do tu, do ele, do nós, do vós e do eles). O punk é por natureza um revoltado.
É muito fácil identificar um punk: é aquele sujeito que só ouve o que você não gosta, ou pelo menos, que faz questão de dizer que não gosta do que você gosta. O movimento punk é como uma sociedade secreta, que despreza (ou melhor, odeia) os ouvidos do populacho por serem tão medíocres e tão facilmente manipuláveis pela mídia. Essas almas pobres de espírito que não conseguem captar a beleza da fúria destruidora das músicas desconhecidas que os punks tanto idolatram...
O vestuário de um punk é composto, basicamente, de camiseta preta (ou branca desde que esteja com o nome de sua banda preferida escrito com sangue), tênis (de preferência Allstar, bem velho, rasgado e desgastado pelo uso contínuo e diário, e que nunca tenha sido lavado, pois só assim poderá expressar toda revolta contra a repressão onipresente da sociedade que impõe o padrão homogeneizante da limpeza) e calca jeans com, pelo menos, cinco anos de uso contínuo e diário (e que também nunca tenha sido lavada, justamente, para poder expressar toda a revolta contra a repressão onipresente da mesma sociedade que impõe o padrão homogeneizante da limpeza). O verdadeiro punk jamais lava o cabelo (isso quando o punk tem cabelo) ou toma banho, pois além de ser uma convenção social hipócrita que despreza, quando a água entra em contato com seu corpo, provoca uma reação alérgica que faz com que o punk fique limpo, e, por conseqüência, deixe de ser punk.
Para começar uma discussão animada com um punk, diga a palavra mágica: RAMONES. Funciona como abracadabra! Eles existem desde 1976, e mesmo que, tenham sido vítimas da perseguição da CIA e do FBI (que já silenciaram três dos quatro integrantes: Joey Ramone – assassinado por câncer; Dee Dee Ramone – envenenado por overdose e Johnny Ramone – assassinado por câncer na próstata), continuam, juntamente com os Sex Pistols (cujo lendário baixista, Sid Vicious, também foi assassinado devido a uma ação do M16), sendo os maiores representantes da estética musical punk. Todo punk os ama, embora nem sempre tenha coragem para admitir. Outros nomes incluem The Clash, Aborto Elétrico (que deu origem ao Legião Urbana), Inocentes, Garotos Podres e Devotos do Ódio. Jamais, mencione o nome do maior traidor do movimento: Ratos de Porão. Os punks jamais conseguiram perdoar o fato do vocalista João Gordo ter se vendido ao Trash Metal. Como regra, dinheiro é a antítese do punk, mesmo que seja a única forma de sustentá-lo.
Isso conclui a apresentação do fenômeno anti-social conhecido como punk. Da próxima vez que você encontrar um punk na rua, antes de encará-lo com desprezo ou virar o rosto para o outro lado (e talvez, esse seja um ato reflexo, provavelmente ocasionado pelo cheiro característico que insiste em acompanhar os punks), lembre-se: o punk é o paradigma de uma alma perdida e torturada, tão atormentada como uma vaca alérgica a lactose e, ainda por cima, confinada a viver num mundo que não criou (o que misteriosamente nos transporta para a pergunta: quem está confinado a viver num mundo que criou?).
Até a próxima!
Marcos
terça-feira, 23 de novembro de 2004
Como encontrar um filme ruim
Encontrar um filme ruim não é uma tarefa tão fácil como se imagina. Escolher o filme certo para torturar seus amigos é uma arte que demanda a aplicação de diversas técnicas subliminares, além de um conhecimento cinematográfico apurado e em sintonia com as propostas da estética do Tosco.
Veja bem, aproveitar o final de semana prolongado para passar na Video-locadora e pegar um filme para assistir tornou-se uma atividade enfadonha - há muitos filmes para escolher, e isso pode desmotivar qualquer um. Por isso, segue, logo abaixo, um guia de referência rápida para ajudá-lo(a) a separar o joio do trigo. Seguindo estes passos você será capaz encontrar aquele filme que provocará um ataque cardíaco em quem ousar assistir. Ou seja, apenas os the very bost da cinematografia mundial.
O Título
Tem apenas uma palavra 1/2 ponto(s)
Eu acho que inventaram essa palavra... 2 ponto(s)
Tem seis ou mais palavras 5 ponto(s)
Caramba! De oito à doze palavras! 10 ponto(s)
Calma aí, to contando... putz, mais de doze palavras Você tem certeza que é o título?
Ainda sobre o Título
Contém a palavra Morto ou Monstro 1 ponto(s)
Contém a palavra Ser, Criatura, Morte ou Invasão 2 ponto(s)
Contém a palavra Kung fu, Massacre, ou Demônio 3 ponto(s)
Contém a palavra Espaço-sideral, Alien(ígena), Sangue, ou Zumbi 5 ponto(s)
A Capa ou o Poster:
Tem um jeitão imbecil 1 ponto(s)
É um desenho ou uma pintura 1 ponto(s)
...um holograma! 2 ponto(s)
Parece que foi desenhada com um marcador pelo seu sobrinho... 3 ponto(s)
A Parte de Trás (o verso do estojo da fita VHS ou do DVD):
Tem algumas fotos, nada muito alarmante 0 ponto(s)
Tem algumas fotos, algumas possuem algum (d)efeito especial ou apenas uma garota gritando para a camera 1 ponto(s)
Não há nenhuma cena do filme! 2 ponto(s)
Tem um desenho que parece ter sido feito com um marcador pelo seu sobrinho... 3 ponto(s)
A Sinopse
Inclui mais adjetivos do que substantivos ou verbos
1 ponto(s)
Inclui mais adjetivos do que substantivos ou verbos e você percebe o seguinte: "de gelar a espinha", "assustador", "criatura_comedora_de_carne_humana", "imparável"!, etc. 2 ponto(s)
"Baseado na obra de..." 3 ponto(s)
Faz uma comparação com outro filme 4 ponto(s)
Não há sinopse. Mas, tem um desenho que parece ter sido feito com um marcador pelo seu sobrinho... 5 ponto(s)
Exemplo:
"Quatro vezes mais rápido do que o som, o pássaro, maior do que um caça supersônico, é protegido por um radar invisível que também é um campo de força capaz de repelir qualquer tipo de projéteis destrutivos". (O Monstro da Garra Gigante)
O Enredo contém
Robôs, androides, ou computadores 1 ponto(s)
Um monstro de qualquer tipo 2 ponto(s)
Mortos-vivos 3 ponto(s)
Um ser criado por radiação, lixo tóxico ou algum experimento científico 4 ponto(s)
Cara, eu não encontrei enredo nenhum, só correria, bába e monstros tentando me assustar. Mas, na capa tinha um desenho que parece ter sido feito com um marcador pelo seu sobrinho... 5 ponto(s)
Exemplo:
"O Ser, uma aberração genética que se torna psicótica após ser bombardeada por lixo radioativo, passa a mutilar e decapitar todos que cruzam seu caminho". Sinopse, real, do filme O Ser (The being, 1983 - Bad Dream Inc).
Os Atores Principais
São famosos agora, mas estavam no começo da carreira quando fizeram esse filme 1 ponto
Eram profissionais de Luta livre ou atletas profissionais 3 ponto(s)
Não cometeram nenhum filme depois deste 4 ponto(s)
Esse é o único filme em que eles aparecem 5 ponto(s)
A Xuxa aparece nele Coloque o filme no chão. Enxarque-o com álcool e pegue um isqueiro. Toque fogo. Saia correndo como se sua vida dependesse disso, e, em hipótese alguma, olhe para trás.
O Diretor ou O Produtor
Fez um filme 0 ponto(s)
Peter Jackson ou Sam Raimi 1 ponto(s)
Roger Corman 10 ponto(s)
Ed Wood 60 ponto(s)
Confira aqui a pontuação:
Até 07 pontos
Putz, torrei duas horas de minha vida!!!
De 08 a 25 pontos
Caramba, esse filme é ruim até mesmo para mim
De 25 a 39 pontos
O desejo de todo filme ruim é ser assim quando crescer...
Acima de 40 pontos
Esse é o FILME. Le Merd. Material capaz de provocar infarto do miocárdio e morte cerebral em quem estiver num raio de dez metros de proximidade da tela da TV (e, se você prestar atenção, na capa tem um desenho que parece ter sido feito com um marcador pelo seu sobrinho...)
Boa sorte,
Marcos Lima
Veja bem, aproveitar o final de semana prolongado para passar na Video-locadora e pegar um filme para assistir tornou-se uma atividade enfadonha - há muitos filmes para escolher, e isso pode desmotivar qualquer um. Por isso, segue, logo abaixo, um guia de referência rápida para ajudá-lo(a) a separar o joio do trigo. Seguindo estes passos você será capaz encontrar aquele filme que provocará um ataque cardíaco em quem ousar assistir. Ou seja, apenas os the very bost da cinematografia mundial.
O Título
Tem apenas uma palavra 1/2 ponto(s)
Eu acho que inventaram essa palavra... 2 ponto(s)
Tem seis ou mais palavras 5 ponto(s)
Caramba! De oito à doze palavras! 10 ponto(s)
Calma aí, to contando... putz, mais de doze palavras Você tem certeza que é o título?
Ainda sobre o Título
Contém a palavra Morto ou Monstro 1 ponto(s)
Contém a palavra Ser, Criatura, Morte ou Invasão 2 ponto(s)
Contém a palavra Kung fu, Massacre, ou Demônio 3 ponto(s)
Contém a palavra Espaço-sideral, Alien(ígena), Sangue, ou Zumbi 5 ponto(s)
A Capa ou o Poster:
Tem um jeitão imbecil 1 ponto(s)
É um desenho ou uma pintura 1 ponto(s)
...um holograma! 2 ponto(s)
Parece que foi desenhada com um marcador pelo seu sobrinho... 3 ponto(s)
A Parte de Trás (o verso do estojo da fita VHS ou do DVD):
Tem algumas fotos, nada muito alarmante 0 ponto(s)
Tem algumas fotos, algumas possuem algum (d)efeito especial ou apenas uma garota gritando para a camera 1 ponto(s)
Não há nenhuma cena do filme! 2 ponto(s)
Tem um desenho que parece ter sido feito com um marcador pelo seu sobrinho... 3 ponto(s)
A Sinopse
Inclui mais adjetivos do que substantivos ou verbos
1 ponto(s)
Inclui mais adjetivos do que substantivos ou verbos e você percebe o seguinte: "de gelar a espinha", "assustador", "criatura_comedora_de_carne_humana", "imparável"!, etc. 2 ponto(s)
"Baseado na obra de..." 3 ponto(s)
Faz uma comparação com outro filme 4 ponto(s)
Não há sinopse. Mas, tem um desenho que parece ter sido feito com um marcador pelo seu sobrinho... 5 ponto(s)
Exemplo:
"Quatro vezes mais rápido do que o som, o pássaro, maior do que um caça supersônico, é protegido por um radar invisível que também é um campo de força capaz de repelir qualquer tipo de projéteis destrutivos". (O Monstro da Garra Gigante)
O Enredo contém
Robôs, androides, ou computadores 1 ponto(s)
Um monstro de qualquer tipo 2 ponto(s)
Mortos-vivos 3 ponto(s)
Um ser criado por radiação, lixo tóxico ou algum experimento científico 4 ponto(s)
Cara, eu não encontrei enredo nenhum, só correria, bába e monstros tentando me assustar. Mas, na capa tinha um desenho que parece ter sido feito com um marcador pelo seu sobrinho... 5 ponto(s)
Exemplo:
"O Ser, uma aberração genética que se torna psicótica após ser bombardeada por lixo radioativo, passa a mutilar e decapitar todos que cruzam seu caminho". Sinopse, real, do filme O Ser (The being, 1983 - Bad Dream Inc).
Os Atores Principais
São famosos agora, mas estavam no começo da carreira quando fizeram esse filme 1 ponto
Eram profissionais de Luta livre ou atletas profissionais 3 ponto(s)
Não cometeram nenhum filme depois deste 4 ponto(s)
Esse é o único filme em que eles aparecem 5 ponto(s)
A Xuxa aparece nele Coloque o filme no chão. Enxarque-o com álcool e pegue um isqueiro. Toque fogo. Saia correndo como se sua vida dependesse disso, e, em hipótese alguma, olhe para trás.
O Diretor ou O Produtor
Fez um filme 0 ponto(s)
Peter Jackson ou Sam Raimi 1 ponto(s)
Roger Corman 10 ponto(s)
Ed Wood 60 ponto(s)
Confira aqui a pontuação:
Até 07 pontos
Putz, torrei duas horas de minha vida!!!
De 08 a 25 pontos
Caramba, esse filme é ruim até mesmo para mim
De 25 a 39 pontos
O desejo de todo filme ruim é ser assim quando crescer...
Acima de 40 pontos
Esse é o FILME. Le Merd. Material capaz de provocar infarto do miocárdio e morte cerebral em quem estiver num raio de dez metros de proximidade da tela da TV (e, se você prestar atenção, na capa tem um desenho que parece ter sido feito com um marcador pelo seu sobrinho...)
Boa sorte,
Marcos Lima
segunda-feira, 25 de outubro de 2004
Plano 9 do espaço sideral
Olá,
O filme Blade Runner - O Caçador de Andróides, do diretor britânico Ridley Scott, foi eleito o melhor filme de ficção científica de todos os tempos por 60 dos mais importantes cientistas do mundo, consultados pelo jornal britânico The Guardian. O filme 2001: Uma Odisséia no Espaço, de Stanley Kubrick, ficou em segundo lugar, seguido de Guerra nas Estrelas e O Império Contra-Ataca, os dois primeiros episódios da primeira trilogia de Star Wars, dirigidos por George Lucas. Alien, O Exterminador e Matrix também estão entre os dez melhores filmes escolhidos pelos especialistas.
Eu concordo que todos esses são excelentes filmes, porém, acredito que o segundo lugar merecia ter ficado com O PLANO 9 DO ESPAÇO SIDERAL. Embora muitos digam que se trata do pior filme já realizado por um ser humano (como se outros seres também fizessem filme...), não há como negar que o Plano 9 é uma obra-prima, e que há bastante coerência nos fatos narrados durante o filme. Sei lá, vai que numa noite qualquer você está andando na rua e pá! bem na sua frente aparecem os Saqueadores-de-tumba-do-espaço-sideral! Quem assistiu ao filme sabe o que fazer numa situação dessas...
De qualquer forma, decidi colocar, logo abaixo, alguns dados interessantes a respeito deste que é, pelo menos para mim, um marco da ficção científica, e que foi injustamente esquecido na votação feita pelos cientistas.
Até a próxima,
Marcos
O filme Blade Runner - O Caçador de Andróides, do diretor britânico Ridley Scott, foi eleito o melhor filme de ficção científica de todos os tempos por 60 dos mais importantes cientistas do mundo, consultados pelo jornal britânico The Guardian. O filme 2001: Uma Odisséia no Espaço, de Stanley Kubrick, ficou em segundo lugar, seguido de Guerra nas Estrelas e O Império Contra-Ataca, os dois primeiros episódios da primeira trilogia de Star Wars, dirigidos por George Lucas. Alien, O Exterminador e Matrix também estão entre os dez melhores filmes escolhidos pelos especialistas.
Eu concordo que todos esses são excelentes filmes, porém, acredito que o segundo lugar merecia ter ficado com O PLANO 9 DO ESPAÇO SIDERAL. Embora muitos digam que se trata do pior filme já realizado por um ser humano (como se outros seres também fizessem filme...), não há como negar que o Plano 9 é uma obra-prima, e que há bastante coerência nos fatos narrados durante o filme. Sei lá, vai que numa noite qualquer você está andando na rua e pá! bem na sua frente aparecem os Saqueadores-de-tumba-do-espaço-sideral! Quem assistiu ao filme sabe o que fazer numa situação dessas...
De qualquer forma, decidi colocar, logo abaixo, alguns dados interessantes a respeito deste que é, pelo menos para mim, um marco da ficção científica, e que foi injustamente esquecido na votação feita pelos cientistas.
Até a próxima,
Marcos
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Plano 9 do Espaço Sideral

- Plano 9 do Espaço Sideral é conhecido mundialmente como o pior filme já feito na história do cinema.
- O título original do filme era Grave Robbers from Outer Space (ou, “Ladrões de Túmulos do Espaço Sideral”). No entanto, os pastores batistas que financiaram o filme reclamaram do nome. Ed Wood, então, alterou-o para Plan 9 from Outer Space (sem sequer explicar quais eram os oito planos anteriores).
- Aliás, o título orignal foi filmado e apareceu em uma das primeiras versões do filme. Depois que ficou decidido que ele seria alterado, o novo título foi filmado e aplicado sobre uma tomada de efeitos especiais, mostrando uma estação espacial alienígena. A tomada com o título original foi simplesmente cortada, para que o novo título fosse inserido no negativo. Somente a introdução em que Criswell apresenta o filme como Grave Robbers From Outer Space não foi alterada.
- Quando Gregory Walcott leu o roteiro, disse ao diretor Edward D. Wood Jr. que aquele era o pior script que ele já havia lido. Mesmo relutante, o ator assinou com a produção. Ele interpreta o protagonista Jeff Trent.
- Como os salários do elenco do filme foram pagos por uma igreja Batista, todos os atores tiveram que passar por um ritual de batismo.
- Os discos voadores sobrevoam os prédios das redes de televisão ABC, CBS e NBC, em Los Angeles.
- A produção era tão precária que os carros e uniformes de polícia foram emprestados pelo filho de Tor Johnson, Karl, que trabalhava no departamento de polícia de San Fernando.
- Bela Lugosi morreu quatro dias depois que as filmagens começaram. Wood parou a produção para reescrever o roteiro e acrescentar todas as imagens que ele havia filmado com o ator, incluindo cenas em um cemitério e do lado de fora da casa de Tor Johnson.

- No restante das filmagens, o papel de Lugosi foi interpretado por Tom Mason, quiroprata da esposa de Wood, que era tão alto quanto o ator. Ele interpretou o personagem usando uma capa que cobria sua face. Mason não foi creditado, obviamente.
- Em uma das versões do filme lançadas em vídeo, uma nota na capa diz: “Quase estrelando Bela Lugosi”, em razão da morte do ator.
- Nos créditos do filme, o personagem de Bela Lugosi é creditado como “The Ghoul Man”. Já no roteiro de Wood, ele era referenciado como “The Dracula Character”.
- A cicatriz usada por Tor Johnson tinha que ser tirada todos os dias, pois causava sérias irritações na pele do ator.
- Bela Lugosi usou seu próprio figurino nas cenas de que participou. Ele vestiu uma das capas que usava quando interpretava Drácula no teatro.
- Uma das mais conhecidas lendas a respeito da produção de Plano 9 do Espaço Sideral é que Wood usou vários objetos (como calotas de automóveis, formas de pizza, latas de torta e pratos de papel) para representar os discos voadores. Na verdade, o diretor utilizou discos voadores de brinquedo nas cenas em que as espaçonaves aparecem.- As filmagens foram realizadas no final de 1956, mas somente três anos depois um distribuidor foi encontrado para exibir a produção nos cinemas. O lançamento foi realizado pela Distributors Corporation of America, em 1959. Atualmente, os direitos de distribuição pertencem a Image Entertainment, que relançou o filme em DVD em fevereiro de 2000, numa edição especial contendo documentário e entrevistas com atores que trabalharam no filme (incluindo Gregory Walcott e Vampira).


quarta-feira, 20 de outubro de 2004
Clatu, verata, nictu
Olá,
Você deve estar se perguntando por que escolhi este título para meu blog. Tudo bem, lá vai, prepare-se para a revelação: não fui eu que escolhi o título, foi o título que me escolheu! Pode chorar agora...
Essa frase saiu do filme Noite Alucinante 3 - O Exército das Trevas (Army of Darkness), em que para destruir o livro dos mortos, o herói precisa memorizar e dizer as palavras "Clatu, verata nictu" (ou "Klaatu barada niktu", ou ainda algo parecido). Isso foi um tributo que o diretor Sam Raimi prestou ao filme "O dia em que a Terra parou" (The day earth stood still, 1951). Nesse filme um alienígena instrui a uma garota para que memorize e diga a frase "Klaatu barada niktu" para fazer com que o robô pare de atacar.
Aí, você me pergunta novamente, "o quê tem a ver isso com o título desse blog?", e eu lhe repondo: nada! Só usei porque achei interessante. ponto. E daí, vai encarar? Cai dentro!!! Brincadeirinha, o objetivo deste blog é tratar de poesia, cinema, filosofia e rock 'n' roll, audaciosamente indo aonde nenhum homem jamais esteve.
Sinta-se a vontade para enviar suas críticas, dúvidas ou sugestões (não necessariamente nessa ordem...).
Saudações,
Marcos
Você deve estar se perguntando por que escolhi este título para meu blog. Tudo bem, lá vai, prepare-se para a revelação: não fui eu que escolhi o título, foi o título que me escolheu! Pode chorar agora...
Essa frase saiu do filme Noite Alucinante 3 - O Exército das Trevas (Army of Darkness), em que para destruir o livro dos mortos, o herói precisa memorizar e dizer as palavras "Clatu, verata nictu" (ou "Klaatu barada niktu", ou ainda algo parecido). Isso foi um tributo que o diretor Sam Raimi prestou ao filme "O dia em que a Terra parou" (The day earth stood still, 1951). Nesse filme um alienígena instrui a uma garota para que memorize e diga a frase "Klaatu barada niktu" para fazer com que o robô pare de atacar.
Aí, você me pergunta novamente, "o quê tem a ver isso com o título desse blog?", e eu lhe repondo: nada! Só usei porque achei interessante. ponto. E daí, vai encarar? Cai dentro!!! Brincadeirinha, o objetivo deste blog é tratar de poesia, cinema, filosofia e rock 'n' roll, audaciosamente indo aonde nenhum homem jamais esteve.
Sinta-se a vontade para enviar suas críticas, dúvidas ou sugestões (não necessariamente nessa ordem...).
Saudações,
Marcos
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