domingo, 6 de maio de 2012

Eu fui


Luis Cernuda

Eu fui.
Coluna ardente, lua de primavera.
Mar dourado, olhos grandes.

Busquei o que pensava;
pensei, com o amanhecer em solo lânguido,
o que pinta o desejo em dias adolescentes.
Cantei, subi,
fui luz um dia
arrastado na chama.

Como um golpe de vento
que desfaz a sombra,
caí no negro,
num mundo insaciável.

Tenho sido.


Yo fui... 

Yo fui.
Columna ardiente, luna de primavera.
Mar dorado, ojos grandes.
Busqué lo que pensaba;
pensé, como al amanecer en sueño lánguido,
lo que pinta el deseo en días adolescentes.
Canté, subí,
fui luz un día
arrastrado en la llama.
Como un golpe de viento
que deshace la sombra,
caí en lo negro,
en el mundo insaciable.
He sido.

2 comentários:

Lucas Cúrcio Vieira disse...

Clatu, Verata, Nictu, o melhor blog de poesia e outros que já conhecí.
Poesia de ótima qualidade e bom gosto, realmente brilhante, começando pelo título...
Uma pena que não é atualizado com mais frequencia!
Parabéns pelo excelente trabalho!

Marcos disse...

Obrigado por ler meu blog. Prometo tentar atualizá-lo com mais frequência.

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