Mel Gibson é um cara talentoso. Polêmico, mas talentoso mesmo assim. Ele já demonstrou isso em sua longa carreira de ator e não o desmentiu quando assumiu a cadeira de diretor - foi premiado, logo em seu segundo filme (Coração valente, 1995), com o Oscar de melhor diretor. Tudo bem que, vez ou outra ele pisa na bola com filmes que não valem a pena nem citar o nome e que seu filme seguinte como diretor tenha sido o polêmico e desnecessariamente violento "A paixão de Cristo". Nada disso, no entanto, consegue desfaz minha impressão de que ele é um bom diretor. Seu último filme como diretor, Apocalypto, confirma isso.
Apocalypto é um bom filme. Longe de ser um épico, é carregado de boas idéias e usa o fim da civilização Maia como desculpa para apresentar uma eficiente e descompromissada aventura. O foco está na ação e nas imagens. A violência, pode deixar os de estômago mais fraco com enjôos.
A trama trata da luta de um jovem que decide fugir do destino que lhe assinalaram: o sacrifico em honra dos deuses. E poderia se dizer muito a respeito do enredo e de seus significados metafóricos, apontar para a questão da posse territorial, para o fanatismo religioso, para a tortura a prisioneiros de guerra, para a limpeza étnica, entre outros.
É uma narrativa fria, seca e assustadoramente realista, que abre margens para certas interpretações e metáforas. Mas, mais importante é o ritmo contagiante com que a história é narrada. Gibson não faz concessões e o resultado é um dos filmes mais violentos de todos os tempos e mais que isso, um filme bastante divertido.
Nenhum comentário:
Postar um comentário